sábado, 2 de novembro de 2013

PENSAMENTOS CONSOLADORES SOBRE O PURGATÓRIO

A Igreja ensina que “os que morrem na amizade e na graça de Deus, mas que não estão completamente purificados, embora tenham garantida a sua salvação eterna, passam por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na glória do Céu” (Cat. n. 1030). É o que se chama de Purgatório, estado de purificação. Por isso “a Igreja desde os tempos primeiros da religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos defuntos...”(n. 958). E ensina algo belo: “A nossa oração por eles [no Purgatório] pode não somente ajudá-los, mas também torna eficaz a sua intercessão por nós” (n. 958). As almas também rezam por nós.
Falando dos falecidos disse um dia o Papa João Paulo II: “Numa misteriosa troca de dons, eles [no Purgatório] intercedem por nós e nós oferecemos por eles a nossa oração de sufrágio”. ( LR de 08/11/92, p. 11). No segundo livro de Macabeus, encontramos esta recomendação: "É coisa santa e salutar lembrar-se de orar pelos defuntos, para que fiquem livres de seus pecados" (2Mac 12,46).
O grande doutor da Igreja, São Francisco de Sales (1567-1655), deixou-nos um ensinamento maravilhoso sobre o Purgatório. Ele dizia que é preciso tirar mais consolação do que temor do pensamento do Purgatório. Eis o que ele nos diz:

1 - As almas ali vivem uma contínua união com Deus.
2 - Estão perfeitamente conformadas com a vontade de Deus. Só querem o que Deus quer. Se lhes fosse aberto o Paraíso, prefeririam precipitar-se no inferno a apresentar-se manchadas diante de Deus.
3 - Purificam-se voluntariamente, amorosamente, porque assim o quer Deus.
4 - Querem permanecer na forma que agradar a Deus e por todo o tempo que for da vontade Dele.
5 - São invencíveis na prova e não podem ter um movimento sequer de impaciência, nem cometer qualquer imperfeição.
6 - Amam mais a Deus do que a si próprias, com amor simples, puro e desinteressado.
7 - São consoladas pelos anjos.
8 - Estão certas da sua salvação, com uma esperança inigualável.
9 - As suas amarguras são aliviadas por uma paz profunda.
10 - Se é grande a dor que sofrem, a caridade derrama-lhes no coração inefável ternura, a caridade que é mais forte do que a morte e mais poderosa que o inferno.
11 - O Purgatório é um feliz estado, mais desejável que temível, porque as chamas que lá existem são chamas de amor.”

(Do livro O Breviário da Confiança, de Mons. Ascânio Brandão, Ed.Cléofas – www.cleofas.com.br - tel 12-3156566).

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Audiência Geral: "Somos missionários. Uma Igreja fechada em si mesma trai sua própria identidade"

2013-10-16 Rádio Vaticana

Cidade do Vaticano (RV) – Nesta quarta-feira, mais uma vez a Praça S. Pedro ficou lotada para a Audiência Geral com o Papa Francisco.
Antes das 10h, o Pontífice já estava em meio aos fiéis, a bordo do seu jipe, para cumprimentá-los com bênçãos, carinhos e aperto de mãos. Em sua catequese, o Papa falou de mais uma característica da Igreja professada no Credo: a apostolicidade.
Professar que a Igreja é apostólica, explicou Francisco, significa destacar o elo profundo, constitutivo que ela tem com os Apóstolos. “Apostolo” é uma palavra grega que quer dizer “mandado”, “enviado”. Os Apóstolos foram escolhidos, chamados e enviados por Jesus, para continuar a sua obra. Partindo desta explicação, o Papa destacou brevemente três significados do adjetivo “apostólica” aplicado à Igreja.
Em primeiro lugar, a Igreja é apostólica porque está fundada sobre a pregação dos Apóstolos, que conviveram com Cristo e foram testemunhas da sua morte e ressurreição. “Sem Jesus, a Igreja não existe. Ele é a base e o fundamento da Igreja”, recordou o Papa, afirmando que a Igreja é como uma planta, que cresceu, se desenvolveu e deu frutos ao longo dos séculos, mas mantêm suas raízes bem firmes em Cristo.
Em segundo lugar, a Igreja é apostólica, porque Ela guarda e transmite, com ajuda do Espírito Santo, os ensinamentos recebidos dos Apóstolos, dando-nos a certeza de que aquilo em que acreditamos é realmente o que Cristo nos comunicou.
“Ele é o ressuscitado e suas palavras jamais passam, porque Ele está vivo. Hoje Ele está entre nós, está aqui, nos ouve. Ele está no nosso coração. E esta é a beleza da Igreja. Já pensamos em quanto é importante este dom que Cristo nos fez, o dom da Igreja, onde podemos encontrá-Lo? Já pensamos que é justamente a Igreja – no seu longo caminhar nesses séculos, apesar das dificuldades, dos problemas, das fraquezas, os nossos pecados – que nos transmite a autêntica mensagem de Cristo?”
Enfim, a Igreja é apostólica porque é enviada a levar o Evangelho a todo o mundo. De fato, a palavra apóstolo significa “enviado”. Esta é uma bela responsabilidade que somos chamados a redescobrir: a Igreja é missionária e não pode ficar fechada em si mesma.
“Insisto sobre este aspecto da missionariedade, porque Cristo convida todos a irem ao encontro dos outros. Nos envia, nos pede que nos movamos para levar a alegria do Evangelho. Devemos nos perguntar: somos missionários ou somos cristãos de sacristia, só de palavras mas que vivem como pagãos? Isso não é uma crítica, também eu me questiono. A Igreja tem suas raízes, mas olha sempre para o futuro, com a consciência de ser enviada por Jesus. Uma Igreja fechada trai sua própria identidade. Redescubramos hoje toda a beleza e a responsabilidade de ser Igreja apostólica.”
Após a catequese, o Pontífice saudou os peregrinos de língua portuguesa, em especial os fiéis brasileiros de São José dos Campos, Santos e São Paulo. Em polonês, recordou os 35 anos da eleição à Sé de Pedro de João Paulo II.
(BF)
Fonte: http://www.news.va/pt/news/audiencia-geral-somos-missionarios-uma-igreja-fech